21/04/2016

Apocalipse 13




"E eu pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia." Apocalipse 13:1
Hoje quero estudar com você a primeira parte do capitulo 13 de Apocalipse.  Aqui está descrito um importante símbolo do livro:  a besta que sobe do mar.
O que significa este símbolo? Como interpretar? O que representa? Estas e outras questões analisaremos neste artigo.
A primeira e mais importante regra de interpretação profética é a regra de que a Bíblia interpreta a si mesma.  Por isso, seguiremos este princípio.
Para começarmos, portanto, este estudo precisamos saber o que significa besta em profecia bíblica.  Para isto precisamos encontrar na Bíblia uma passagem que explique isto. E encontramos esta passagem no livro de Daniel, aliás, os livros de Apocalipse e Daniel se completam e devem ser estudados juntos, a passagem é Daniel 7:23
"Disse assim: O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços."
Como sabemos besta é um animal, e segundo a passagem de Daniel significa que ela está falando de um reino, um poder.
Agora que sabemos que a besta é um poder ou reino, precisamos identificar que poder é este.  Vamos examinar outros símbolos da profecia de Apocalipse 13.
Esta besta sobe do mar, segundo a profecia bíblia água é símbolo de povos, multidões, nações e línguas. Portanto, este reino ou poder deveria surgir de um lugar densamente povoado.
Outra característica deste poder é que tem sete cabeças.  O que significa estas cabeças? Segundo Apocalipse 17:9 -10 estas cabeças representam reis ou reinos, veja:
"Aqui o sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada. E são também sete reis; cinco já caíram, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo."
Que reinos elas representam?
Se observamos todo o capítulo13 de Apocalipse veremos que este poder ou reino é perseguidor do povo de Deus.  Estamos então procurando poderes ou reinos que ao longo da história perseguiram o povo de Deus. Veja a analogia: o texto diz a respeito dos reis que "cinco caíram, um existe e outro ainda não é vindo" partindo do ponto de vista do profeta João a quem é dado a visão veremos que antes de seu tempo cinco reinos existiram e perseguiram o povo de Deus.  A história diz que o primeiro destes poderes foi o Egito que escravizou os hebreus por cerca de 400 anos.  Seguindo a história encontraremos a Assíria que exterminou com as dez tribos do Norte.  Depois temos a Babilônia que levou em cativeiro a Judá e destruiu a capital Jerusalém, logo em seguida vem o reino da Média - Pérsia que conquistou a Babilônia e dominou sobre os cativos judeus. Grécia é o quinto reino que derrotou o império medo-persa e também escravizou o povo de Deus.  Na época em que o Apocalipse foi dado a João na ilha de Patmos era o império romano que governava o mundo e cerca de trinta anos antes havia destruído Jerusalém e perseguia os cristãos do reino e por causa desta perseguição é que o velho apóstolo estava aprisionado naquela inóspita ilha. Segundo a profecia outro reino deveria surgir depois deste e se fizermos uma comparação entre Apocalipse 13 e Daniel 7 veremos semelhanças incríveis.  Veja por exemplo o fato de em Daniel 7 os quatro animais representarem reinos que já mencionamos neste estudo. Algumas das características da Besta é semelhante aos animais de Daniel 7. Veja a tabela abaixo:
1ª Besta de Apocalipse 13 A Visão de Daniel 7
Semelhante ao leopardo, verso 2 Leopardo: o terceiro animal, verso 6
Pés como de urso, verso 2 Urso: o segundo animal, verso 5
Boca como de leão, verso 2 Leão: o primeiro animal, verso 4
Com dez chifres, verso 1 Quarto animal possui de início dez chifres, verso 7
Com sete cabeças, verso 1 O total de cabeças dos quatros animais, versos 4-7
Boca que profere blasfêmias, verso 5 Chifre pequeno: boca que fala blasfêmias, verso 25
Age por 42meses, verso 5 Chifre pequeno: age por três tempos e meio, verso 25
Combate os santos e os vence, verso 7 Chifre pequeno: combate os santos e os vence, verso 21

Nem todos os aspectos de Daniel 7 estão presentes em Apocalipse 13, isto porque Apocalipse tem como objetivo ampliar as profecias de Daniel.
Concluímos com isto que a besta de Apocalipse 13 que surge do mar tanto é o sexto reino, quanto é o sétimo reino que surgiria sobre a terra. De que forma chegamos a esta conclusão:
Em Daniel sete logo após o quarto animal, aqui chamado de terrível e espantoso, surge um outro reino poderoso identificado no chifre pequeno, veja que as características do chifre pequeno são as mesmas da Besta de Apocalipse 13:
Quarto Animal + chifre pequeno (Daniel 7) Besta do Mar (Apocalipse 13)
Olhos como de homem                               7:08 Número de homem                                   13:18
Boca que falava insolências                        7:08 Boca que profere arrogâncias e blasfêmias     13:05
Tirar o domínio e destruir                           7:26 Ferida Mortal                                             13:03
Fazia guerra aos santos                               7:21 Pelejaria contra os santos                           13:07
Palavras contra o Altíssimo                        7:25 Blasfêmias contra Deus                              13:06
Mudaria os tempos e a Lei                         7:25 Difamar o tabernáculo                                13:06
Magoaria os Santos                                     7:25 Pelejaria contra os Santos                          13:07
Perseguiria por 1260 anos                          7:25 Autoridade para agir 42 meses                      13:05

Seguindo esta linha de raciocínio, temos a sequência de impérios perseguidores do povo de Deus: Egito; Assíria; Babilônia; Media-Pérsia; Grécia; Roma; um total de seis e quem é o sétimo poder a surgir na história mundial. Um apenas preenche este lugar — ROMA PAPAL
 “E foi-lhe dada uma boca, para proferir grandes coisas e blasfêmias; e deu-se-lhe poder para agir por quarenta e dois meses. ” Apocalipse 13:5
Aqui temos um tempo profético preciso de 42 meses, que se comparado com Daniel 7: 25, veremos tratar-se do mesmo período profético.
“E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão, por um tempo, e tempos, e a metade de um tempo. ” Daniel 7:25
Aqui encontramos a expressão “um tempo, tempos e metade de um tempo”. Segundo Daniel 11:13 tempos em profecias é igual a anos. Portanto, quando falamos de 1 tempo+2 tempos +1/2 de um tempo estamos falando de três anos e meio ou 1260 dias. Veja:
360+720+180=1260
Não podemos esquecer que na cultura hebraica um mês tinha exatos 30 dias, portanto, um ano composto de 12 meses mais dois anos compostos de 24 meses, mais metade de um ano, isto é, 6 meses, equivale a quarenta e dois meses. Exatamente o tempo registrado em Apocalipse 13:5.
42x 30= 1260 dias
Aqui aplicamos o princípio profético de Ezequiel 4: 5-7 e Números 14:34 onde cada dia em profecia equivale ao período de 1 ano literal. Assim, 1260 dias é 1260 anos.
Segundo a profecia este poder, representado pela Besta que emerge da terra, o qual identificamos como sendo a Roma Papal deveria agir por um período de 1260 anos. Onde encontramos a resposta? Na história é a resposta.
Ao estudarmos Daniel 7 descobrimos que o animal terrível e espantoso, que identificamos como a Roma papal, possuía dez chifres. Estes dez chifres representam as dez tribos barbaras que atacaram o império romano de 476 d.C. até 538 d.C. e que deram origem as nações da Europa.
1. Germanos = Alemanha
2. Francos = França
3. Burgundos = Suíça
4. Suevos = Portugal
5. Anglo-saxões = Inglaterra
6. Lombardos = Itália,
7. Visigodos = Espanha.
8. Hérulos
9. Vândalos
10. Ostrogodos

A profecia determina que um chifre pequeno subia do meio dos dez chifres, e, ao emergir derruba três destes chifres/reinos. Identificamos este chifre pequeno como sendo Roma em sua segunda fase, isto é, a dos Papas. E a história comprova isto, segundo os historiadores os reinos arianos dos Hérulos, Vândalos e Ostrogodos resistiram a supremacia papal até 533 d.C. quando os Ostrogodos caíram. Cincos anos depois o Bispo de Roma foi instituído o supremo bispo da Igreja pelo imperador Justiniano. Se somarmos 1260 anos a 538 teremos o resultado de 1798. De acordo com a profecia este seria o ano que chegaria ao fim o tempo em que Roma Papal dominaria sobre o mundo.
Este ano, o de 1798, marcaria o acontecimento de outra profecia de Apocalipse 13:3
“E vi uma das suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou após a besta. ”
Esta ferida mortal em uma de suas cabeças, sofrida pela Besta que Emerge do Mar, aconteceu em 1798 quando o General Berthier a mando de Napoleão Bonaparte invadiu a Roma e prendeu ao Papa Pio VI no dia 15 de fevereiro pondo fim ao período de Supremacia Papal.
A profecia, no entanto, diz que está ferida mortal seria curada. E isto vem sendo feito ao longo dos anos. Em 1869 e 1870, no concílio Vaticano I foi estabelecido o dogma da infalibidade papal, de acordo com este dogma quando o papa em exercício de sua função diz ex-catedra, sua palavra é lei e deve ser acatada sem questionamento. E nestes últimos anos cada vez mais vem ganhando prestigio e influencia, não somente junto ao povo em geral como também junto as autoridades.
Uma besta que sobe da terra
“E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como o dragão. ” Apocalipse 13:11
Já identificamos aqui quem é representado pela Besta que sobe do mar, vimos que ela é símbolo de Roma, em suas fases pagã e Papal, hoje examinaremos a segunda besta de Apocalipse 13.
Diferente da primeira besta esta sobe da terra, exatamente o oposto da outra que sobe do mar. Vimos que mar simboliza densas populações (Apoc. 17:15). Portanto, podemos concluir que se mar é símbolo de lugar populoso, logo terra é símbolo de lugar deserto, com população escassa. O reino ou poder assim representado, não deveria surgir através de guerras e conquistas, mas, deveria surgir em um lugar inabitado, se desenvolvendo em um lugar com poucos habitantes. Um detalhe interessante da profecia é que a palavra grega aqui traduzida como “emergir” éanabainom que, quer dizer “crescer como uma planta”.
Na profecia encontramos algumas características desta besta, vejamos:
>>> dois chifres como cordeiro
Em profecia chifres pode significar poder, rei ou reino (Apoc. 17:2; Daniel 8:21,22; 7:24). Já a palavra cordeiro no Apocalipse aparece 29 vezes, sempre se referindo a Jesus Cristo.
O fato dos chifres não terem coroas indica que não haverá rei, nem papa, mas um governo democrático. Os dois chifres é uma alusão a liberdade civil e religiosa.
A besta de dois chifres deveria emergir da terra logo depois que a besta que emerge do mar recebesse a ferida de morte. Já estudamos sobre o assunto e sabemos que isto aconteceu em 1798, quando o papado foi atacado por Napoleão Bonaparte e o papa Pio VI foi aprisionado. A pergunta aqui deve ser: que nação acendia no cenário mundial por volta de 1798? A resposta é uma: os Estados Unidos da América.
No dia 4 de julho de 1776, pouco tempo antes desta data, os EUA assinaram a Declaração de Independência, se tornando assim um país livre. Surgiu com ideais de liberdade e justiça e gradualmente esta nação se tornou uma superpotência mundial. Seus princípios de liberdade religiosa claramente são vistos em sua constituição:
“O artigo VI, seção 4, da Constituição americana assim diz: “Uma vez que cada pessoa tem o direito de escolher sua própria religião sem o preço da discriminação, nenhum teste religioso jamais será requerido como forma de qualificação para qualquer cargo ou função pública nos Estados Unidos”.
Porém, a profecia não para por aí. Ela diz que este poder “falava com dragão” uma nação fala através de suas leis. Isso significa que esta nação que tem se tornado o refúgio de milhões de pessoas por seu alto ideal de liberdade e justiça em algum momento da história irá se torna perseguidora. Sim, quando olhamos para as ações do dragão, identificado em Apocalipse 12: 9 como Satanás, vemos perseguição constante contra o povo de Deus. E os EUA que sempre pregou a liberdade, deixará de falar de liberdade para assumir as características do Dragão, perseguindo o povo de Deus em um futuro próximo.
No próximo estudo continuaremos a estudar outras caraterísticas deste novo poder perseguidor, que terá papel fundamental nos eventos finais da história deste mundo.

Até lá e um grande abraço!!!